Saúde oferece duas novas vacinas para crianças
A partir do segundo semestre, serão introduzidas as vacinas
pentavalente e a pólio inativada. A campanha nacional contra pólio, com
as gotinhas, será mantida
O Brasil está se preparando para a erradicação mundial da pólio. Neste
ano, o país amplia o Calendário Básico de Vacinação da Criança com a
introdução da vacina injetável contra pólio, feita com vírus inativado. A
nova vacina será utilizada no calendário de rotina, em paralelo com a
campanha nacional de imunização, essa realizada com as duas gotinhas da
vacina oral. A injetável, no entanto, só será aplicada para as crianças
que estão iniciando o calendário de vacinação.
Outra novidade para 2012 será a vacina pentavalente, que reúne em uma
só dose a proteção contra cinco doenças (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo b e hepatite B). Atualmente, a imunização para estas doenças é oferecida em duas vacinas separadas.
“Com a inclusão da pentavalente no calendário vacinal vamos reduzir uma
picada nas crianças, diminuindo as idas aos postos de saúde”, explicou o
ministro Alexandre Padilha. Ele reforçou ainda a participação dos
laboratórios públicos na produção de vacinas no país. “O Ministério da
Saúde tem como política fortalecer a capacidade nacional de inovação
tecnológica de produção, não só em parceria com laboratórios públicos e
com setor privado, mas também de atração de parceiros internacionais”,
afirmou o ministro.
A introdução da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), com vírus
inativado, vem ocorrendo em países que já eliminaram a doença. A
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no entanto, recomenda que os
países das Américas continuem utilizando a vacina oral, com vírus
atenuado, até a erradicação mundial da poliomielite, o que garante uma
proteção de grupo. O vírus ainda circula em 25 países. O Brasil
utilizará um esquema sequencial, com as duas vacinas, aproveitando as
vantagens de cada uma, mantendo, assim, o país livre da poliomielite. A
VIP será aplicada aos dois e aos quatro meses de idade e a vacina oral
será utilizada nos reforços, aos seis e aos 15 meses de idade.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, explicou que o
Ministério da Saúde está trabalhando para ampliar o número de vacinas
combinadas, que reúne a proteção a mais de uma doença em uma mesma
apresentação. “Com isso, temos o beneficio de melhorar a administração
da vacina em crianças com dois ou três anos”, diz.
AGENDA – A VIP será introduzida no calendário básico a
partir do segundo semestre desse ano. As campanhasanuais contra
poliomielite também serão modificadas a partir de 2012. Na primeira
etapa - a ser realizada em 16 de junho - tudo continua como antes: todas
as crianças menores de cinco anos receberão uma dose de VOP,
independente de terem sido vacinadas anteriormente. Na segunda etapa -
que ocorrerá em agosto - todas as crianças menores de cinco anos devem
comparecer aos postos de saúde, levando o Cartão de Vacinação. A
caderneta será avaliada para a atualização das vacinas que estiverem em
atraso. Essa segunda etapa será chamada de Campanha Nacional de
Multivacinação, possibilitando que o país aumente as coberturas
vacinais, atingindo as crianças de forma homogênea, em todos os
municípios brasileiros.
Esquema sequencial da vacinação contra poliomielite
Idade
|
Vacina
|
2 meses |
Vacina Inativada poliomielite - VIP
|
4 meses |
VIP
|
6 meses |
Vacina oral poliomielite (atenuada) - VOP
|
15 meses |
VOP
|
Pentavalente: A inclusão da vacina pentavalente no
calendário da criança também será feita a partir do segundo semestre de
2012. A pentavalente combina a atual vacina tretavalente (difteria,
tétano, coqueluche, haemophilus influenza tipo b) com a vacina
contra a hepatite B. Ela será produzida em parceria com os laboratórios
Fiocruz/Bio-Manguinhos e Instituto Butantan. As crianças serão vacinadas
aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade.
Com o novo esquema, além da pentavalente, a criança manterá os dois
reforços com a vacina DTP (difteria, tétano, coqueluche). O primeiro a
partir dos 12 meses e, o segundo reforço, entre 4 e 6 anos. Além disso,
os recém-nascidos continuam a receber a primeira dose da vacina hepatibe
B nas primeiras 12 horas de vida para prevenir a transmissão vertical.
Heptavalente - No prazo de quatro anos, o Ministério
da Saúde deverá transformar a pentavalente em heptavalente, com a
inclusão das vacinas inativada poliomielite e meningite C conjugada. “As
vacinas combinadas possuem vários benefícios, entre eles o fato de
reunir, em apenas uma injeção, vários componentes imunobiológicos. Além
disso, os pais ou responsáveis precisarão ir menos aos postos de
vacinação, o que poderá resultar em uma maior cobertura vacinal”,
observa o ministro Alexandre Padilha.
A vacina heptavalente será desenvolvida em parceria com laboratórios
Fiocruz/Bio-manguinhos, Instituto Butantan e Fundação Ezequiel Dias. A
tecnologia envolvida é resultado de um acordo de transferência entre o
Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz, e o laboratório Sanofi.
Investimento - Com a implantação da pentavalente
haverá uma economia de R$ 700 mil ao ano, devido à redução no preço da
vacina, além da diminuição do custo de operacionalização (transporte,
armazenamento, seringas e agulhas). No decorrer desse ano, o Ministério
da Saúde irá adquirir oito milhões e oitocentas mil doses da
pentavalente, a um custo de R$ 91 milhões. Também serão adquiridas
outras oito milhões de doses da Vacina Inativada Poliomielite, ao custo
de R$ 40 milhões. Para a manutenção de estoque estratégico, já foram
compradas, em dezembro do ano passado, três milhões de doses da VIP, por
R$ 15 milhões.
Por Mauren Rojahn, da Agência Saúde – Ascom/MS
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