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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

HEMORRAGIAS


Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue. A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade e rapidez de sangue extravasado. A perda de sangue pode ocasionar o estado de choque e levar a vítima à morte. A hemorragia divide-se em interna e externa.

Hemorragia Interna: são mais difíceis de serem reconhecidas porque o sangue se acumula nas cavidades do corpo. Geralmente precedido de história de trauma no abdômen ou tórax, como socos, contusão do tórax no volante em acidente automobilístico, etc. Uma contusão ou fratura de costela pode lesar uma artéria do pulmão causando hemorragia pulmonar. No abdômen, uma compressão externa por um dos motivos acima citados, pode romper o baço, fígado, rins ou intestino fazendo-os sangrar internamente. Pode ainda haver "explosão" de órgãos ôcos como estômago, intestinos e bexiga.

SINAIS e SINTOMAS
  • fraqueza;
  • sede;
  • frio;
  • ansiedade ou indiferença;
  • Alteração do nível de consciência ou inconsciência;
  • agressividade ou passividade;
  • tremores e arrepios do corpo;
  • pulso rápido e fraco;
  • respiração rápida e artificial;
  • pele pálida, fria e úmida;
  • sudorese;
  • pupilas dilatadas.

IDENTIFICAÇÃO
Além dos sinais e sintomas clínicos, suspeita-se que haja hemorragia interna quando houver:
  • acidente por desaceleração (acidente automobilístico);
  • ferimento por projétil de arma de fogo, faca ou estilete, principalmente no tórax ou abdome; e
  • acidente em que o corpo suportou grande pressão (soterramento, queda).
Se houver perda de sangue pela boca, nariz e ouvido, existe suspeita de uma hemorragia no cérebro.
Se a vítima apresentar escarros sanguinolentos, provavel- mente a hemorragia será no pulmão; se vomitar sangue será no estômago; se evacuar sangue, será nos intestinos (úlceras profundas); e se houver perda de sangue pela vagina, poderá estar ocorrendo um processo abortivo.

TRATAMENTO
  • Deitar o acidentado e elevar os membros inferiores.
  • Prevenir o estado de choque.
  • Providenciar transporte urgente, pois só em hospital se pode estancar a hemorragia interna.

Hemorragia Externa: As hemorragias externas dividem-se em: arterial, venosa e capilar. Nas hemorragias arteriais, o sangue é vermelho vivo, rico em oxigênio, e a perda é pulsátil, obedecendo às contrações sistólicas do coração. Esse tipo de hemorragia é particularmente grave pela rapidez com que a perda de sangue se processa. As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho escuro, pobre em oxigênio, e a perda é de forma contínua e com pouca pressão. São menos graves que as hemorragias arteriais, porém, a demora no tratamento pode ocasionar sérias complicações. As hemorragias capilares são pequenas perdas de sangue, em vasos de pequeno calibre que recobrem a superfície do corpo.
 


TRATAMENTO

  • Deitar a vítima; o repouso da parte ferida ajuda a formação de um coágulo.
  • Não retire objetos incrustados,
  • Proteja-se de contato com o sangue,
  • Deter a hemorragia, cubra o ferimento com pano limpo (toalhas, gazes grossas,etc.),
  • Comprima firmemente, se não cessar comprima mais ainda,
  • Procure manter o ferimento acima do nível do coração,
  • Evitar o estado de choque,
  • Peça ajuda.
OBS: Não elevar o segmento ferido se isto produzir dor ou se houver suspeita de lesões internas.

Torniquete: é uma medida extrema que só deve ser adotada em último caso e se todos os outros métodos falharem. Consiste em uma faixa de constrição que se aplica a um membro, acima do ferimento, de maneira tal que se possa apertar até deter a passagem do sangue arterial. O material a ser utilizado poderá ser o que houver à mão (gravata, lenço, toalha, suspensório, etc.), não devendo ser inferior à 2,5 cm de largura para não afetar os tecidos. Deve-se usar um pequeno rolo de gaze sobre a artéria para ajudar a compressão. Uma vez realizado o torniquete não se deve mais afrouxá-lo. A parte do corpo que ficou sem receber sangue libera grande quantidade de toxinas e, se o torniquete for afrouxado, estas toxinas vão sobrecarregar os rins, podendo causar maiores danos à vítima.

O torniquete só poderá ser retirado no hospital, quando medidas médicas forem tomadas.

Para fazer o torniquete proceda do seguinte modo:
  • Use uma tira de pano resistente e largo, um lenço, fralda, gravata etc., para fazer o torniquete.
  • Coloque um rolo de pano no provável trajeto do vaso que sangra.
  • Passe a tira ao redor do braço ou da perna (duas vezes), logo acima do ferimento, prendendo o rolo de pano.
  • Dê um meio nó (como o primeiro nó da amarração do tênis), coloque um pedaço pequeno de madeira no meio do nó (lápis por exemplo) e dê um nó completo sobre a madeira. Torça o pedaço de madeira até parar a hemorragia, quando parar fixe o pedaço de madeira.
  • Marque na testa da vítima ou em lugar visível, a hora e os minutos da aplicação do torniquete.
  • Mantenha o torniquete a descoberto e em observação.
  • Desaperte gradualmente a cada 10 ou 15 minutos.
  • Conserve-o frouxo no lugar, quando cessada a hemorragia.
  • Aperte-o novamente, se necessário.
IMPORTANTE: Não use arame, corda, barbante ou material muito fino para fazer o torniquete.



Hemorragia Nasal: Algumas pessoas costumam apresentar sangramentos nasais espontâneos principalmente no verão e em períodos de estiagem. Para estancar este tipo de hemorragia basta que façamos a compressão do lado que está sangrando por 4 a 5 minutos e aplicar compressas de gelo sobre o rosto. Não se deve tentar "limpar" o nariz logo após estancada a hemorragia pois poderemos retirar o coágulo e ele voltará a sangrar. Picos de hipertensão (pressão alta) e traumas de crânio podem causar este tipo de hemorragia. Desta forma pessoas com história de hipertensão ou de taumatismos cranianos devem ser encaminhadas ao pronto socorro para avaliação médica.