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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Difteria


A difteria, também denominada crupe, é uma doença infectocontagiosa caracterizada pela presença de uma pseudomembrana cinza-esbranquiçada no local da infecção. Provocada pelo bacilo Corynebacterium diphtheriae, é transmitida por contato físico com um doente ou por respirar suas secreções. Permanece incubada por até seis dias multiplicando-se na faringe. Alguns de seus sintomas surgem em razão da liberação das toxinas que este produz.

Manifestação da difteria na faringe
 
A doença pode ser mortal se suas toxinas forem liberadas no sangue, pois provoca a morte celular do fígado, rins, glândulas adrenais, coração e nervos, fazendo com que estes se tornem insuficientes e ainda paralisem. Quando contagia crianças menores de quinze anos, pode matar em cerca de 20% dos casos. Também pode ocorrer em adultos, mas sua maior manifestação ocorre em crianças.

SINTOMAS

Náuseas, vômitos, dor de garganta, dificuldade para engolir, calafrio, tosse, fadiga, febre, taquicardia, inchaço nos gânglios linfáticos e pressão baixa. Feridas cutâneas podem surgir.
Ocorre, geralmente, em épocas frias do ano: período em que as pessoas tendem a se aglomerar em ambientes fechados, facilitando a transmissão da bactéria.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO






Pseudomembrana: característica principal da difteria

O médico pensa na difteria quando uma criança doente tem a garganta irritada e apresenta uma pseudomembrana. O diagnóstico pode ser confirmado a partir de hemogramas e tirando um espécime da membrana da garganta da criança com um hissope para fazer uma cultura das bactérias. Recomenda-se não retirar a membrana, já que esta ação pode aumentar a absorção da toxina.
A criança com sintomas de difteria é hospitalizada numa unidade de cuidados intensivos e recebe uma antitoxina (anticorpo que neutraliza a toxina da difteria que está a circular) logo que seja possível. No entanto, primeiro deve assegurar-se, mediante uma análise especial da pele, que a criança não é alérgica à antitoxina, que é fabricada com soro de cavalo. Uma criança alérgica à antitoxina primeiro deve ser dessensibilizada. Para isso, começa-se com doses muito pequenas de antitoxina e, progressivamente, vão sendo aumentadas.
Na unidade de cuidados intensivos, o médico e as enfermeiras confirmam que a respiração não está obstruída e que o coração funciona de forma satisfatória. Depois são administrados antibióticos, como penicilina ou eritromicina, para erradicar as bactérias da difteria.
A recuperação depois de uma difteria grave é lenta e uma criança com a infecção deve evitar retomar as suas atividades demasiado rapidamente, pois até o exercício físico normal pode provocar dano a um coração inflamado.

PREVENÇÃO

Previne-se a doença através da vacina tríplice dada a bebês a partir do segundo mês de vida. Também pode adquirir imunidade quando os anticorpos maternos são inseridos no organismo do bebê pela placenta.

O Governo distribui gratuitamente essa vacina nos postos de saúde: 

IDADE
DOSE
VACINA
2 MESES
1ª DOSE
DTP + Hib
4 MESES
2ª DOSE
DTP + Hib
6 MESES
3ª DOSE
DTP + Hib
15 MESES
1º REFORÇO
DTP
4 a 6 ANOS
2º REFORÇO
DTP

*A vacina DTP imuniza contra: Difteria, Tétano, Coqueluche. E Hib: Haemophilus Influenzae tipo b.

A vacina da difteria é normalmente combinada com as vacinas do tétano, coqueluche e Haemophilus Influenzae tipo b, sob a denominação DTP + Hib. Se alguém que tenha sido vacinado contra a difteria entrar em contato com uma pessoa infectada, uma dose de reforço aumenta a proteção.
Qualquer pessoa em contato com uma criança infectada deve ser examinada e deve tirar-se-lhe uma amostra da garganta com um hissope para fazer uma cultura.
Preventivamente, são-lhe administrados antibióticos durante 7 dias e é controlada para detectar qualquer sinal da doença.
Também se vacinará e administrar-se-á uma dose de reforço que contenha a bactéria da difteria a qualquer pessoa que estiver em contato com uma criança infectada e que não tenha sido vacinada ou que não tenha recebido uma dose de reforço nos 5 anos anteriores.
As pessoas com culturas de garganta negativas e que recentemente tenham sido vacinadas contra a difteria não necessitam de tratamento e tão-pouco implicam um risco para os outros.
No entanto, os portadores de bactérias da difteria (que não têm sintomas) podem efetivamente propagar a doença. Por conseguinte, estas pessoas também requerem antibióticos e deve-se fazer-lhes culturas repetidas da garganta para detectar sinais da doença.

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