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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

QUEIMADURAS


1.       Estrutura
A pele é composta de duas camadas, a epiderme e a derme. A epiderme é a camada externa, mais fina, a derme é a camada mais grossa e profunda. A derme contém folículos pilosos, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, fibras sensoriais para dor, tato, pressão e temperatura. O tecido subcutâneo fica em baixo da derme é uma camada de tecido conjuntivo e gordura.
2.       Funções
A pele supre no mínimo quatro funções cruciais e sobrevivência:

- proteção contra infecção e lesão                      
- prevenção de perda de líquidos corporais
- ajuste da temperatura corporal.
- contato sensorial com o meio-ambiente.

Causas
1.       Térmica
São causadas por calor, são as mais comuns, podem ser causadas por gases, líquidos ou sólidos quentes.
2.       Química
São causadas por ácidos ou álcalis e podem ser graves. Necessitam de um correto atendimento pré-hospitalar, pois o manejo inadequado pode agravar as lesões.
3.       Elétrica
São muitas vezes queimaduras graves. Geralmente, as lesões internas, no trajeto da corrente elétrica através do organismo, são extensas, enquanto as lesões de entrada e saída da corrente elétrica na superfície cutânea são pequenas. Essa particularidade pode levar a erros na avaliação da severidade da lesão.
Classificações
As queimaduras são consideradas lesões sérias quando inibem ou alteram as funções dos órgãos.
4.       Profundidade da Queimadura
A profundidade do dano ao tecido devido a queimadura é, em grande parte dependente da temperatura e duração da energia térmica aplicada a pele. O contato da pele com o calor, substância química ou eletricidade resulta na destruição do tecido em graus variáveis. Consideração especial deve ser dada a pacientes muito jovens e idosos devido a sua pele mais fina. Queimaduras nesses grupos podem ser mais profundas e mais severas do que parecem inicialmente.
o    Queimaduras de 1º Grau
Acomete apenas a epiderme; correspondente à clássica queimadura solar, que se apresenta com hiperemia e dor local. O risco de infecção é baixo. Terapia de suporte – hidratação, analgesia e reposição volêmica VO – é suficiente e a regeneração sem seqüelas ocorre em até 1 semana.
o    Queimaduras de 2º Grau
Envolvem a epiderme e parte de derme. A pele apresenta-se vermelha, geralmente com bolhas e edematosa. O paciente pode queixar-se de dor intensa, porque nervos sensoriais são parcialmente danificados.
Queimaduras de primeiro e segundo grau são queimaduras de espessura parcial.
o    Queimaduras de 3º Grau
São queimaduras de espessura total que destroem as duas camadas da pele e têm uma aparência que pode ser esbranquiçada ou enegrecida. Os nervos sensoriais são destruídos nas queimaduras de espessura total, logo toda a sensação tátil é perdida na área queimada. A pele morta e coagulada em queimaduras de terceiro grau forma uma dura e coriácea.
5.       Extensão da Queimadura
o    Regra dos 9

Vários métodos estão para determinar a extensão da queimadura. A “Regra dos Nove” é o guia mais universal para fazer uma avaliação inicial.
A “'Regra dos Noves” é comumente usada para fazer uma avaliação inicial da extensão da queimadura. Essa regra é baseada no fato de que, nos adultos, várias regiões anatômicas representam 9% ou um múltiplo desse número de superfície corporal total (SCT).
CABEÇA = 9%
MEMBROS SUPERIORES = 9% - cada
TÓRAX ANTERIOR E POSTERIOR = 18%
ABDOME ANTERIOR E POSTERIOR = 18%
REGIÃO PERÍNEO = 1%
MEMBRO INFERIOR = 18% cada
TOTAL = 100%
Na criança, a “Regra” altera-se devido a grande superfície de área da cabeça e da menor área dos membros inferiores.
EXEMPLO – Uma criança de 2 anos teria 16% de superfície corporal na cabeça e 15% em cada um dos membros inferiores.
Considera-se que a criança ao nascer tem superfície corporal da cabeça de 18%, e 14% em cada membro inferior.
Para calcular a percentagem do corpo queimado na criança
Subtrair 1% da cabeça para cada ano acima de um ano de idade.
Somar 1 / 2% a cada membro inferior para cada ano acima de idade.
OBS.: Para efeito de atendimento considera-se paciente como grande queimado quando:
Criança < 10 anos e adulto com mais de 55 anos – 10% área corporal queimada.
Todas as outras faixas – 20% área corporal queimada
Atendimento Inicial
O atendimento inicial da vítima de queimaduras segue praticamente a mesma seqüência do atendimento de uma vítima com outras formas de trauma. Deve-se considerar o grande queimado como um politraumatizado, inclusive porque freqüentemente há lesões associadas. Segue a sistematização do ABC s.
1.             Considerar
A história do paciente
Não subestimar a gravidade do acidente
Lesões não visíveis à inspeção visual
o    A e B, - Vias Aéreas e Ventilação
As vias respiratórias e a respiração devem ser avaliadas imediatamente. A via respiratória comprometida pode ser controlada por medidas simples, incluindo;
Hiper-extensão da cabeça
Uma via respiratória faringiana oral no pacientes inconscientes (cânula de Guedel)
Auscultar o peito e verificar os sons da respiração em cada campo
Oferecer fluxo alto de oxigênio deve ser iniciado em cada paciente, com 10 a 12L (100%), usando máscara.
É importante identificar os sinais de vias aéreas antes que desenvolvam a obstrução.
Os sinais de alerta são:
- Pêlos, cílios e sobrancelhas queimadas;
- Queimaduras de face;
- Escarro carbonado;
- Faringe avermelhada e edemaciada;
- História de confinamento em local com fogo

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Teste do olhinho


Teste do olhinho: conheça a importância da obrigatoriedade deste exame!

 

 


Existem hoje em dia vários tipos de exames que são realizados logo que o bebê nasce, antes mesmo da alta hospitalar. São triagens neonatais que podem prevenir doenças e até mesmo detectar alguma alteração o mais cedo possível para evitar sequelas mais graves.

O teste do olhinho (ou o teste do reflexo vermelho) é um exame que deve ser realizado rotineiramente em bebês na primeira semana de vida, preferencialmente antes da alta da maternidade, e que pode detectar e prevenir diversas patologias oculares, assim como o agravamento dessas alterações, como uma cegueira irreversível.

Ao contrário do teste do pezinho, que é super conhecido nacionalmente (até por ser obrigatório), os testes da orelhinha e olhinho são muito menos "famosos" entre os pais. A explicação para a pouca fama se deve ao fato de ambos os testes são realizados somente em alguns Estados e cidades do país.

Para alívio das mamães, o teste do olhinho é fácil, não dói, não precisa de colírio e é rápido (de dois a três minutos, apenas). Uma fonte de luz sai de um aparelho chamado oftalmoscópio, tipo uma "lanterninha", onde é observado o reflexo que vem das pupilas. Quando a retina é atingida por essa luz, os olhos saudáveis refletem tons de vermelho, laranja ou amarelo,

Já quando há alguma alteração, não é possível observar o reflexo ou sua qualidade é ruim, esbranquiçada. A comparação dos reflexos dos dois olhos também fornece informações importantes, como diferenças de grau entre olhos ou o estrabismo.

O teste do olhinho previne e diagnostica doenças como a retinopatia da prematuridade, catarata congênita, glaucoma, retinoblastoma, infecções, traumas de parto e a cegueira. Segundo dados estatísticos, essas alterações atingem cerca de 3% dos bebês em todo o mundo.

Prematuros: Bebês prematuros devem obrigatoriamente realizar esse teste visual, de modo que afaste o risco da retinopatia da prematuridade, principal causa da cegueira infantil na América Latina.

"Como essas crianças prematuras ainda passam por um processo de formação, possuem vasos sanguíneos imaturos no globo ocular", explica Larissa Magosso, oftalmologista da Maternidade e Hospital da Criança, em São Paulo/SP.

O teste do olhinho pode ser realizado por um pediatra, mas se alguma alteração é identificada, o bebê deve ser encaminhado para o oftalmologista para a realização de exames mais específicos.

Não deixe para depois: Pelo menos 60% das causas de cegueira ou de grave sequela visual infantil podem ser prevenidos ou tratáveis se fossem detectadas precocemente, antes de se agravarem. Daí a importância do teste do olhinho.

O pior de tudo é que mais da metade dos casos só tem o problema descoberto quando estão cegas ou quase cegas para o resto da vida. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica prevê cerca de 710 novos casos de cegueira por ano.

Dicas

  • A mamãe e o papai podem observar as fotografias de seu filho. Se em vez do reflexo vermelho que fica nos olhos aparecer uma mancha branca, procure um oftalmologista.
  • Pergunte ao pediatra do seu bebê quais exames que foram realizados ao seu nascimento. Se o teste do olhinho não estiver entre eles, converse com o médico a possibilidade de realizá-lo.
  • A catarata não é um problema só de idoso, não. A catarata congênita é uma patologia presente ao nascimento e uma em cada cem crianças nascidas apresenta essa alteração.
 
 


Conselho Brasileiro de Oftalmologia alerta para importância do teste que deve ser feito antes de a criança sair da maternidade e pode prevenir a cegueira infantil, entre outras doenças visuais na infância.