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terça-feira, 24 de maio de 2011

SÍFILIS CONGÊNITA









Sífilis Congênita (SC)

Acontece quando a bactéria é transmitida da mãe para o feto pela corrente sanguínea durante a gestação (transmissão transplacentária) ou no canal vaginal no momento do parto normal. Esta forma de contaminação faz das gestantes um dos grupos de risco mais preocupantes, já que são grandes as possibilidades de contaminção para o feto acarretando para ele inúmeras complicações.                           
   A sífilis congênita pode ser adquirida em qualquer momento da gestação, levando ao feto complicações irreversíveis como más formações, aborto e morbimortalidade perinatal. Algumas crianças, aparentemente saudáveis após o nascimento, podem apresentar sinais da doença somente meses ou até anos depois, retardando o seu diagnóstico e gerando futuras complicações de saúde, psicológicas e sociais. A gravidade da infecção vai depender da fase em que a gestante foi contaminada e do teor de bactéria circulante no sangue materno.
            Por ser um importante problema de saúde durante a gravidez, a sífilis congênita, em 2005 foi incluída na relação das doenças de notificação compulsória, por se tratar de uma doença com grande possibilidade de disseminação e por ocasionar graves sequelas, sendo necessária uma maior atenção com ações de prevenção e tratamento para evitar sua cadeia de transmissão.
            É preconizado pelo Ministério da Saúde que os profissionais façam a solicitação do exame de VDRL para gestantes na sua primeira consulta de pré-natal, que deve ser realizada idealmente no primeiro trimestre de gestação, e uma segunda solicitação do mesmo exame no início do terceiro trimestre. Mesmo os resultados sendo negativos, deve-se sempre orientar a gestante quanto aos devidos cuidados para prevenir infecções. Quando positivos, sempre fazer a notificação no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), que é obrigatória (BRASIL, 2006).
  
Sífilis congênita precoce

 Acontece quando os sinais da doença surgem logo ao nascimento ou até os dois anos de idade. São eles: retardo do crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer associado a prematuridade, icterícia, neonatos com quadro septicêmico,  lesões cutâneas nas palmas das mãos e planta dos pés, contaminação para os órgãos em geral, retardo no desenvolvimento psico-motor, paralisia dos membros, retardo no crescimento estatural na fase pós-natal, convulsões, rinite com secreções sanguinolentas, sofrimento respiratório que pode ser acompanhado de pneumonia, febre como resposta a infecção, irritabilidade, erupções bolhosas com grande número de treponemas, anemia devido à diminuição de vida das hemácias, fissuras anais e periorais. É possível também não apresentar nenhum sintoma visível após o nascimento. Se não tratada logo, evolui para a sífilis tardia.
           
 Sífilis congênita tardia

Caracteriza-se quando os primeiros sinais da doença só se manifestam após os dois anos de vida da criança. Isto acontece quando há uma infecção menos ofensiva ou quando a infecção materna ocorre muito antes da gestação. Apresenta complicações ósseo-articulares como extremidades dos membros encurvadas, nariz em sela (destruição do osso nasal e suas cartilagens), rágades (cicatrizes lineares periorais), articulação de Clutton (derrames articulares edemaciadas indolores), mandíbula encurtada e fronte olímpica (espessamento dos ossos do crânio causando um aspescto grosseiro da fronte).  O tecido neurológico também é lesionado, ocasionando neurolabirintite, surdez, retardo mental e convulções. Há também problemas na produção do esmalte dos dentes acarretando o surgimento de cáries e suas proliferações. Em alguns casos, verificam-se dentes de Hutchinson (dentes deformados com aspecto de barril) e molares inferiores com más formações chamados de “molares em amora”. Também já foram constatadas hidrocefalia e lesão nas mucosas (BRASIL, 2006; RODRIGUES, 2000).             
A sífilis congênita tardia é grande causa de óbito associado a insuficiência hepática e/ou hemorragia pulmonar.

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