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terça-feira, 31 de maio de 2011

ICTERÍCIA NEONATAL

 

 É a coloração amarelada da pele e mucosas
causada pelo aumento da bilirrubina 
(Hiperbilirrubinemia).

A bilirrubina é um pigmento normal, 
amarelo,  gerado pelo metabolismo das células 
vermelhas do sangue.
- É comum em RN;
- Pode ou não indicar estado patológico;
- Têm evolução crânio- caudal
- Fisiológica ou tardia : após 48hs de vida-autolimitada
- Patológica ou precoce: antes das 24hs de vida. Causa principal é a doença hemolítica, 
 Infecções congênitas graves, sepse
  OBS: No RN a fase de captação e conjugação são comprometidas devido a imaturidade hepática 




     As células vermelhas de nosso sangue, as hemácias, são as responsáveis pelo transporte de oxigênio 

aos tecidos. Elas apresentam uma vida média de 120 dias, após o qual são destruídas no baço e seus 

componentes são reaproveitados na produção de novas hemácias. Nessa destruição, o componente 

responsável por carregar o oxigênio, a hemoglobina, é quebrada em partes menores, uma das quais é 

convertida em bilirrubina.

Essa bilirrubina é capturada pelo fígado e após sofrer alguns processos é excretada (jogada fora) através 

da bile, que fica armazenada na vesícula. Quando alguma parte de todo esse complexo sistema está 

afetada, pode ocorrer icterícia.

     Grande parte dos recém-nascidos apresenta icterícia nos primeiros dias de vida, sem significar, contudo, 

a presença de alguma doença. É a chamada icterícia "fisiológica" (ou normal) do recém-nascido. Porém, 

em  alguns casos a icterícia decorre de alguma doença, devendo ser corretamente identificada, para 

permitir o tratamento adequado.




     Esse tipo de icterícia acomete aproximadamente 2/3 dos recém-nascidos não-prematuros, 

sendo ainda mais freqüente nos prematuros. É uma circunstância normal, 

apresentando-se de forma leve na maioria das vezes e que regride espontaneamente, mas 

às vezes requer tratamento para evitar os problemas causados pelo excesso de bilirrubina 

no sangue.

     Ela decorre de um conjunto de fatores que acabam levando ao aumento da produção de 

bilirrubina, a uma dificuldade de sua captação pelo fígado (o que permite seu acúmulo no 

sangue) e a um aumento da sua reabsorção nos intestinos. Tudo isso faz com que a 

concentração de bilirrubina no sangue aumente.

      Embora esse acúmulo possa ser considerado normal, nem sempre as conseqüências 

são  inócuas, especialmente se o bebê for prematuro. Neles, dependendo da situação, 

existe a  necessidade de tratamento para evitar-se a impregnação da bilirrubina no cérebro, 

o que causa graves danos à criança.




      Quase todos os casos de icterícia não-fisiológica devem-se à exacerbação dos mesmos 

mecanismos que causam a icterícia fisiológica. Assim, as principais causas estão 

relacionadas com os distúrbios da produção de bilirrubina, da captação hepática, do 

metabolismo, da excreção e da reabsorção intestinal.

Possíveis causas:
- Aleitamento materno
- Incompatibilidade ABO
- Distúrbios Metabólicos
- Uso de drogas
- Estados como a sífilis congênita
- Predisposição genética


      Diagnóstico:

História materna
Anamnese
Exm físico: Zona de Kramer, anemia
Tipagem sanguínea e fator Rh da mãe e do RN
Hemograma
Bilirrubina total e frações
Coombs indireto da mãe (positivo)
Coombs direto do RN (positivo)
RN Rh+ e mãe -

       Complicação:
- Encefalopatia bilirrubínica – Kernícterus
- Encefalopatia bilirrubínica: Consiste no depósito de bilirrubina indireta nas células cerebrais
- Kernícterus: São as sequelas clínicas permanentes da toxidade bilirrubínica: Retardo mental, alterações no desenvolvimento motor, distúrbios comportamentais, ataxia(má coordenação dos movimentos) e perda da audição neurossensorial.

        Tratamento:

- Objetivo: Evitar a  Encef. Bilirrubínica
Fototerapia: É a aplicação de luz á pele exposta da criança. Seu mecanismo se dá pela 
transformação da bilirrubina indireta, molécula lipossolúvel em uma molécula mais 
hidrossolúvel, assim sendo mais facilmente eliminada do organismo.

- Efeitos colaterais: fezes amolecidas, rubor, bronzeamento da pele, hipertermia, queimaduras,
erupções cutâneas


       Avaliação clínica:

 ZONAS DÉRMICAS DE PROGRESSÃO céfalo-caudal da icterícia
- ZONAS DE KRAMER
-Zona I: Cabeça e pescoço
(BI ± 7 mg%)
-Zona II: Tronco até umbigo
(BI ± 9 mg%)
-Zona III: Hipogástrio e coxas
(BI ± 12 mg%)
-Zona IV: Joelhos até tornozelos
                    cotovelos até punhos
 (BI ± 15 mg%)
-Zona V: Palmas e plantas
(BI ± 16 mg%)

 Cuidando do RN em Fototerapia:
- Manter RN despido, proteger genitais
- Proteger os olhos com vendas apropriadas (protetor ocular), as pálpebras devem estar fechadas
- Posicionar o foco de luz de modo a atingir uma maior área corporal
- Manter uma distância de 50cm das lâmpadas do aparelho
- Mudar decúbito a cada 4h
- Fazer BH rigoroso
- Verificar intensidade da luz
- Amamentação por livre demanda
Controle do tempo de permanência da lâmpada fluorescente ligada, com anotação de data e número de horas/dia( o tempo de vida útil da lâmpada)
- Controle rigoroso da temperatura corporal, pois pode ocorrer um hiperaquecimento pela ação do calor da lâmpada – 4/4h
- Controle do estado de hidratação do RN, pois pode ocorrer desidratação devido á sudorese pela ação do calor
- Limpeza frequente do berço e do RN
- Retirada do RN da fototerapia para a amamentação, mesmo que a prescrição seja contínua
- Fototerapia pode ser intermitente ou contínua de acordo com a prescrição médica.
- Avaliar os olhos em busca de secreção ou pressão excessiva sobre as pálpebras
- Desligar o aparelho de foto ao colher sangue para exame
- Remover a venda por ocasião das mamadas e banho
- Retirada do RN da fototerapia, 15 minutos antes do banho, para que seu corpo não sinta a diferença de temperatura
Doença hemolítica
- Doença que acomete o feto e o RN causada pelos de anticorpos maternos (IgG), devido a
sensibilização anterior, durante o parto, amniocentese traumática, heterotrnasfusões, Incompatibilidade Rh, incompatibilidade ABO.
- Tratamento: Fototerapia e exsanguíneotransfusão (corrigir a anemia, remover anticorpos, 
diminuir a bilirrubina – indicada quando a foto sozinha não resolve.
 Técnica da exanguíneo transfusão:
Técnica:
- O sangue do RN é retirado - em geral 5 a 10ml de cada vez e substituído com sangue compatível – Rh negativo.


Referências:
—WONG, D. L. Enfermagem Pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara- Koogan, 2003.
•Coletânea de Aulas de Saúde da Criança- Profª Rejane Carvalho e Laura Vilaça – Adaptado

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante esse tema. Gostei da abordagem. Parabéns!!

vanessa disse...

Sou acadêmica de enfermagem e estava pesquisando sobre o assunto. Gostei do resumo sobre icterícia, está claro e completo. Parabéns pelo blog, sucesso pra vcs. beijos